Eu me apaixonei por um nome. É claro que o homem, proferindo palavras e gemidos que alimentaram meu ego, contribuiu para que isto acontecesse. Não posso negar que as duas horas de conversa e, aparentemente, crescente intimidade antes de cada transa espetacular, também. Mas, agora, Carlos, é só por ti que meus olhos brilham.
Tu és belo. Te embaralho, e és sol, és solar. És plural, mas posso tornar-te único, e és Carlo, o irmão que eu não conheci. O que vem depois de ti não me importa. Preferiria que viesses sozinho, pois o teu composto deixa a chance de te trocarem por um menor.
Para te falar, preciso abrir bem a boca, fechar com a língua vibrando atrás dos dentes, tocar a ponta dela no céu da boca, e arrematar expulsando o ar com os lábios semicerrados e com as laterais da língua novamente no céu da boca. Caarr-looss. Eu te guardo no céu da boca, e assim te tenho sempre comigo.
Daquele homem eu tenho apenas instantes. De ti, nome, tenho tudo que eu quiser. Posso te escutar, te ler, te sentir entrando na minha mente e saindo da minha boca. Podes sair da minha boca com gosto de amendoim e tens o cheiro que me circunda. Tu tens milhares de rostos espalhados pelo mundo. Pode ser que eu ainda veja o brilho dos meus olhos refletido em algum deles.
2 comentários:
entendi nada.
Entendi tudo! Até, e principalmente, a maneira de seguir (enfrentar) a vida.
Postar um comentário